sábado, 29 de outubro de 2011

(divã) Baú

De que adiantaria negar? Fingir que nunca sentiu, que nunca quis? Fingir que nunca amou? De que adiantaria? Nessa altura, o que ela menos queria era ter mais coisas guardadas. Então, com uma lágrima no olho, e um aperto no coração, ela começou a abrir aquele baú que tanto tempo ficou guardado e esquecido no fundinho. Ele dóia e pesava. Mas decidira que precisava tira-lo dali. Cavar até, finalmente, ficar liberta. Foi difícil, a principio, mas enxugou a lágrima e logo começou a ficar fácil e as coisas ja saiam por si proprio. Ia se arrepender depois, sabia. Mas precisava daquilo.
E então foi assim. O último capítulo de um ciclo. E saiu pela rua, andando sem rumo, ignorando todas as chamadas dele. Não voltaria a ser o que era antes, não voltaria atrás por algo que de nada valia. Não queria outras mágoas, outras decepções, outros jogos, outro báu, da mesma pessoa. Dessa vez, o ciclo não recomeçaria de novo. Foi preciso cair no erro diversas vezes, mas agora ela aprendeu.
E com um sorriso no rosto, saiu. Para encarar o novo ciclo, novos desafios. Um passado foi, finalmente, deixado pra trás. E decidiu só ficar com as partes boas; as ruins ficaram com a lágrima, que deixara com ele. Tadinho. As ruins não compensaram as boas, de jeito nenhum.
Seu sorriso radiava.

3 comentários:

Gostou? Então comente :)
Obrigado pelo seu comentário.